17 fevereiro 2012

"Os Caçadores"- Capitulo 4- "Quem sou Eu?"


Quem sou eu?

“A amizade desenvolve a felicidade reduz o sofrimento, duplicando nossa alegria e dividindo a nossa dor.”
Joseph Addison


   Quando acordei de manha, percebi que dormi em cima do livro, não me lembrava de muito que tinha lido, sentei ao lado da cama tentando encaixar as coisas, somente me lembrava da parte que falava sobre meu anel, fiquei me perguntando o porquê eu teria um anel desses caçadores, resolvi que teria que ler com mais paciência esse livro, estava com muita fome e desci para tomar um café.
   Era estranho comer sozinha, antes da morte de minha mãe sempre tomei café com ela e depois que minha avó foi morar conosco  ela sempre estava lá.
Eu estava me preparando para me acostumar com a minha nova vida quando alguém bateu a porta, fui atender.
-olá melissa?
-olá Antony, o que o traz aqui já cedo?
-não é tão cedo já passou das 10 da manha!
-é que eu fui dormir tarde, fiquei lendo depois que você foi embora,  mas e você? Acho que não dormiu cedo também.
- eu já estou acostumado, mas você por ser uma garota da cidade grande, deveria ser acostumada, dizem que a vida noturna das cidades é muito agitada. – Que petulante o que ele sabe sobre mim? -
-eu nunca fui de sair à noite, sempre dormi cedo.
-não foi o que me pareceu ontem.
-eu estava em uma casa nova, cama diferente, e sozinha, isso me incomodou um pouco, mas você não me disse o que quer? – Eu estava ficando irritada.
   Antony hoje estava de jeans e camiseta e quando perguntei ele levantou uma caixa de ferramentas e me respondeu:
-confesso que gostaria de dormir mais, mas meu pai insistiu que eu deveria vir ver seu encanamento, foi a única coisa que faltou olhar, e acho que se você quiser tomar banho quente tenho que verificar.
-então entre, você já tomou café?
- já tomei. Obrigado.
- mas antes de começar me faz companhia, não costumo tomar café sozinha. - minha irritação já tinha passado, peguei e enganchei no seu braço o puxando para cozinha.
-tudo bem, eu aceito uma xicara de café, como não dormi bem, um pouco de café a mais me faria bem.
Era estranho como estar com Antony era natural, ele me perguntou de meu ultimo ano e se eu tinha namorado, contei a ele da minha desastrosa tentativa de namoro no terceiro ano, e de como esse ano passou como um borrão, ele não insistiu pois viu que ainda era difícil falar sobre isso.
Após o café Antony foi fazer seu serviço, me troquei e fui recolher o jornal, não costumava ler jornais, mas a falta de literatura me irritava, pensei em conhecer a biblioteca da cidade, ou uma livraria, a primeira pagina me chamou a atenção:

“ Desaparece mais uma garota’

“Rachel Linher de 19 anos despareceu na noite passada depois de sair com um grupo de amigos,
Os seus colegas relataram a policia que Rachel não estava se sentindo bem então resolveu ir para casa depois de se despedir chamou um taxi, e não foi mais vista.
A policia esta investigando se há relação entre os outros dois desaparecimentos que ocorreram a dois meses atrás, as outras duas meninas desaparecidas também tinham idade de 19 e 18 anos, e todas estavam de algum modo sozinhas a noite.”
Após ler aquela matéria fiquei meio perturbada, Antony desceu.
-o serviço já esta terminado.
Antony percebeu meu estado e  viu o jornal em minha mãos,  fez um gesto com as mãos.
-posso ler? Não li o jornal hoje.
-pode- entreguei a ele-
Ele ficou perturbado, ate um pouco mais que eu, quando lhe passei o jornal.
-melissa o serviço terminou, tenho que ir.
-Posso ir com você?
Antony demorou um pouco para responder.
-Claro, vamos.
Fiquei me perguntando por que Antony estava tão nervoso, mesmo tentando disfarçar, ficava evidente seu estado. Chegamos rápido a sua casa. A casa do Sr Walter era modesta e com um certo charme, como Antony disse ficava exatamente do lado oposto do Bosque que dava para os fundos me minha casa.
Quando entramos o Sr Walter pareceu perceber o pânico de seu filho, mas nada disse sobre isso.
-Ola melissa, seja bem vinda a minha humilde residência, você precisa de algo?
-Olá Walter, estou só acompanhando Antony.
-Pai preciso conversar com o Senhor
-Sim claro o que foi?
-A sós, se possível.
-Claro, vamos ao escritório, Melissa nos de licença, já voltamos.
  Não sei como, mas da sala eu pude ouvir uma frase bem clara: “Pai você já viu que nessa Lua cheia foi mais uma, temos que resolver isso.”.
   Fiquei curiosa, mas não queria ficar ouvindo  conversas alheia, pensei que se fosse de meu interesse Antony não guardaria segredo, então fui ate a lareira que ficava na direção oposta do escritório, ela estava repleta de fotos fiquei admirando tinha muitas fotos de Antony, em varias fases, tinha uma foto do casamento de Walter, sua esposa era linda, ao lado a foto dela só revelava mais de sua beleza, Era loira de olhos azuis, os cabelos longos e cacheados,uma pele tão branca e perfeita que parecia de porcelana, mas me chamou a atenção uma foto de dois garotos exatamente iguais, e ao lado uma foto dos mesmos garotos mais velhos, pareciam uma copia idêntica, percebi que se tratava de Antony, e um irmão gêmeo, isso explicava que todas aquelas fotos não eram somente de Antony.
 Eles ficaram muito tempo no escritório, e novamente meu ouvido estava sensível e conseguiu ouvir o final da conversa, e me pareceu que Walter não estava muito feliz: “ Pai, temos que contar para ela, até quando você quer que eu espere, não foi para isso que foi busca-la?” “ Antony, você não entende ela não é treinada não sabe nem da existência desse mundo, e você pretende o que? Jogar tudo pra cima dela, ela acabou de saber sobre os pais, recentemente perdeu a mãe que a criou, ela não vai aguentar.” “ Você decidiu tudo sempre, agora é minha vez.”
Antony saiu do escritório batendo a porta, fingi não ter ouvido nada, decidi que teria outra hora para descobrir isso, quando ele me viu, pareceu que tinha esquecido de minha presença, tentou mudar sua expressão, se aproximou:
-Desculpe, é que meu pai às vezes tem opiniões diferentes das minhas. Vejo que andou olhando as fotos.
-A sim claro, você tem um irmão?
-Sim, Andriy, mas ele não mora conosco, faz faculdade, esta de féria mas prefere “curtir em outro lugar” como ele diz.
-E sua mãe?
Antony baixou a cabeça, e começou a falar
-Eu nem cheguei a conhecê-la , ela morreu pouco tempo depois de nosso nascimento.
-è pelo menos você teve seu pai, eu não tive nem isso.
 Descobri que  tinha mais em comum com Antony do que eu imaginava.
-é isso deve ser pior. – ele disse mantendo a cabeça baixa.
-se você não quiser falar disso tudo bem.
-Não eu já me acostumei, diferente de você eu vivi assim e isso já faz parte de mim. – ele mudou rapidamente sua expressão e deu um leve sorriso. -
-e seu irmão?
-Andriy, ele culpa meu pai pala morte de nossa mãe, e como meu pai tem um temperamento forte, você já percebeu, eles discutiam muito, quando ele teve oportunidade de ir embora ele aproveitou.
-E você nunca pensou em ir embora?
-Eu sempre soube que meu destino é aqui e sempre aceitei isso, alem disso já acostumei com o jeito de meu pai.
Notei que Antony usou a palavra DESTINO  e não futuro como muitos usariam, isso me deixou um pouco desconfiada.
 - O que você acha de darmos uma caminhada. – Antony percebeu que eu ainda estava desconfiada de algo, e talvez quisesse me distrair, mas caminhar me daria tempo e a oportunidade de tentar esclarecer as coisas.
-claro, eu não tenho nada de importante para fazer mesmo. – Quando eu disse ele mudou sua expressão, como se eu tivesse dito algo errado, -
-Por enquanto... Mas vamos.
Antony e eu estávamos caminhando pelo bosque, ele tentava me distrair com muitas perguntas, eu estava me sentindo bem com ele, a vontade, era fácil me distrair quando estávamos juntos, quando eu perguntei de seu relacionamento com seu irmão percebi seus olhos enxerem de lagrimas.
-Andriy e eu sempre fomos próximos, quando crianças aprontávamos muito, mas quando a coisa ficava feia, ele nunca deixou que meu pai brigasse muito comigo, ele assumia toda culpa, sempre procurava algo para provocar meu pai.
-Porque ele fazia isso?
-Não fazia, ainda faz, ele sabia que indo embora seria  a gota d’água para seu relacionamento com meu pai, desde então eles não se falam.
-Você disse a pouco algo como “ ser seu destino “ ficar aqui, com é isso?
Senti Antony ficar preocupado, ele olhava ao longe como se sua mente estivesse a distância.
-Melissa, toda minha vida fui criado para aceitar as responsabilidades que nasceram comigo. -
Antony disse isso e continuou calado, como se houvesse mais para  me dizer, mas não tivesse coragem, então decidi que era chegada a hora de esclarecer algumas coisas.
-Antony, posso te considerar meu amigo?
-claro.
-você sabe que amigos não mentem, se te fizer uma pergunta você promete dizer a verdade?
-Melissa, a verdade nada mais é do que ausência de mentiras, e como seu amigo nunca vou mentir para você, só temo que a verdade seja algo tão forte que possa te machucar e amigos não machucam também.
-Antony, desculpe por isso, mas não sei como, mesmo com a porta do escritório fechada eu ouvi um pouco de sua conversa com seu pai, e vocês falavam de mim não é?
Ele parou e ficou ali quieto, medindo as palavras que usaria, escolhendo bem cada uma delas.
-Eu deveria imaginar que ouviria,  vocês geralmente desenvolvem uma audição muito boa.
-Como assim vocês?
-Melissa, você disse que ontem estava lendo, o que exatamente você lia?
-não trouxe meus livros então quando achei a biblioteca decidi ler algo dela.
-Há! Sim a biblioteca de George, e que livro lhe interessou? Fiquei me perguntando que papo de leitura era aquele, acho que está tentando me distrair novamente.
-tinha tanta coisa estranha lá sobre mitos e lendas, mas resolvi pesquisar um , sabe eu tenho um anel que era de George e como a inscrição era latim e vi o que dizia fui pesquisar..
-tá eu já sei toda história do anel, a caixa, mas especificadamente o que você leu?
-Tinha um livro “os caçadores” e nele explicava o significado do anel, mas eu não lembro  bem eu dormi.
-Exatamente o que você lembra?
-Algo como os caçadores  serem responsáveis por proteger algo, decidi ler hoje com mais paciência, mas Antony porque essa curiosidade? O que isso tem haver com minha pergunta?
-Tudo, venha vamos voltar para minha casa.
Antony me pegou pela mão levou-me até sua casa, entramos no escritório, era repleto de livros como a biblioteca de casa, ele foi ate a prateleira perto da porta e puxou um livro, era idêntico ao livro que estava lendo a noite passada, ele abriu exatamente na pagina que descrevi para ele.
-Leia o resto da pagina. – Ele me entregou o livro. - Em voz alta.
-“ Os caçadores são responsáveis por manter o equilíbrio entre o mundo humano e o mundo oculto, protegendo os mais fracos: os humanos. Os caçadores tem a autoridade para agirem como acharem necessário.
São dotados de extrema força, agilidade, seus sentidos são aguçados para liderar uma caça.
O caçador portador do brasão real é descendente  direto da primeira geração, sendo chamados de:  Os supremos caçadores.”
Quando terminei aquela pagina, algo em minha mente estalou, como se iluminasse, vieram muitas imagens que eu tentava encaixar:
 A carta de Jeane que dizia: “Melissa, seu pai se chamava George Miller, ele foi morto, e as mesmas pessoas, se é que da pra chamar de pessoas, que o mataram estão atrás de você,  eu sou um nada para eles, mas carregava algo precioso, você, então para te proteger eu tenho que me afastar, pois eles me acharão.”
“Antony  vagando a noite.” “ meu anel.” “ as palavras dele a seu pai: Não foi para isso que foi busca-la?”
Minha mente encaixou quase tudo e chegou a uma conclusão, e disse em voz alta:
-George era um Caçador??
   Antony nada respondeu, sentiu meu choque e somente assentiu com a cabeça. Em minha mente aonde já havia muita duvida, agora era bombardeada com muito mais. Bem lá no fundo a resposta gritava para mim mas eu não queria acreditar, novamente me lembrei das palavras de Jeane na carta:   “ainda mais para você, que a partir de agora vai enfrentar uma fase difícil.”
Eu sabia, mas não queria acreditar.
- O que isso tudo quer dizer?
-Quer dizer exatamente o que você esta pensado, se você esta com o anel agora e você é filha de George, você....
-Não! Não! – eu não deixei o terminar, não queria ouvir mais nada, sai correndo, fui correndo na direção do bosque e nesse momento aconteceu algo muito estranho.


4 comentários:

  1. oi LANA, DILLA ESCREVE SURPER DEMAIS A HISTORIA E OTIMA, ELA POSTA TODA SEMANA,QUERO ACONPANHAR, BEIJOS,

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  2. oi gel,
    que bom que gostou
    e pode acompanhar eu posto geralmente aos sábados ou domingos pela madrugada...
    somente esse fim de semana não posso garantir, antes de viajar postei adiantado um capitulo, e como viajei desta vez não levei nada queria descansar um pouco curtir os filhos, então talvez eu atrase a postagem , mas garanto que sempre postarei toda semana...
    beijos
    Dilla

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  3. Oi Dila tudo bem?Agora Melissa ta comesando a descobrir o que ela é que esta correndo perigo e vai ter que enfrentar o que vier,mas ela estara preparada?Antony vai ser um aliado importante para Melissa.Bjos

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  4. oi to adorando o livro ta muito bom

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