Setembro de1883
1. O Novo Mundo
Hoje venho aqui contar minha história, e acredite isso é algo que jamais pensei que faria não me entenda mal, eu nunca fui uma pessoa pública e nem de longe popular o bastante para que minha vida tivesse interesse para alguém, mas cheguei a um ponto em que preciso desabafar de algum jeito e não encontrei maneira melhor de fazê-lo.
Vejamos por onde devo começar, acho que o começo é o mais indicado afinal, para que possa entender direito.
Então que seja, mas antes deixe que me apresente me chamo Alicia Delavega, sou filha de imigrantes espanhóis, meus pais viajaram para os Estados Unidos em busca de uma nova vida, vocês sabem o novo mundo, a terra das oportunidades. Quando vieram para cá eu já estava no ventre de minha mãe, mais ela nem desconfiava, pois já deixara quatro filhos para trás aos cuidados de parentes que não quiseram acompanhá-los no que eles diziam ser uma loucura, afinal mudar-se para uma terra estranha deixando familiares e filhos para trás, não era bem a atitude mais sensata a se tomar, mais o que poderiam fazer? Meu pai não conseguia encontrar trabalho na Espanha e os Estados Unidos era a terra das oportunidades, como já disse anteriormente.
Pois bem, a decisão já estava tomada e eles não desistiram mesmo com toda a recriminação dos familiares, então esse foi o inicio do meu martírio. Ah?! Eu disse que eles vieram como imigrantes clandestinos? É isso mesmo, pra complicar só mais um pouco minha vida.
A viagem foi muito difícil, num daqueles navios cargueiros em que mais da metade dos “passageiros” morreriam antes de Chegar a seu destino. Foi o que aconteceu com meu Pai, ele ficou muito doente durante a viagem e não resistiu sem remédios nem recursos, diante da situação desesperadora minha mãe se viu sozinha e desamparada, mais logo ela descobriria que esse era o menor de seus problemas.
A Terra das Oportunidades, nem sei como descrever, quando o navio ancorou minha mãe descobriu que as chamadas oportunidades tinham um significado bem diferente para os “passageiros” daquele navio.
Ao desembarcarem os “passageiros” foram divididos por tamanho, força e o que mais interessasse aos compradores, sim é isso mesmo, fomos vendidos como escravos, só que com um nome diferente, éramos chamados colaboradores, diziam que poderíamos partir para onde quiséssemos se pagássemos o valor de nosso transporte com nosso trabalho, mais como era de se esperar trabalhava-se a vida inteira e sempre se continuava devendo alguma coisa.
Foi assim que minha mãe foi levada a uma fazenda chamada Nosso Lar. Que irônico esse nome não acha? A Nosso Lar tinha grande extensão territorial tinha alguns pomares mais sua principal atividade era criação de ovelhas, esta era a principal fazenda da região, minha mãe logo chamou a atenção do capataz da fazenda, ela era muito bela e jovem ainda, apesar de todos os filhos que tivera era dona de um corpo escultural cabelos castanhos ondulados até a cintura e olhos verdes como esmeraldas, o capataz então encarregou minha mãe de trabalhos bem distantes da sede da fazenda a fim de que o Dono da fazenda o Senhor Robert Sumers não pusesse os olhos sobre minha mãe, pois o capataz a queria para ele, bem, minha mãe não teve outra escolha se não ceder a seus caprichos, mais o capataz se cansava rápido de suas criadas particulares, bastava chegar alguma novidade na fazenda.
Sete meses depois de minha mãe chegar a Nosso Lar eu vim ao mundo, um mês depois a esposa do Sr Sumers morrera dando a luz a um menino de nome Alex Sumers. O Sr Sumers então soube de meu nascimento e levou minha mãe e eu para vivermos na sede a fim de que ela amamentasse seu filho recém nascido.
Deve estar pensando, agora a vida dela começa a melhorar, mais na verdade esse foi o começo do meu fim.
Oi Lana a Laninha nos recomendou a sua finc e confesso que me surpreende e estou amando le-la é muito emocionante e nos instiga a acompanha-la e com este primeiro capitulo vi a realidade de muitos que tentam se aventurar em um lugar desconhecido onde Alicia e sua mãe irão sofrer bastante e só podem contar uma com a outra.Bjos
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