05 maio 2013

CTM- 28 Será


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CTm cap 28

Será

POV Christian

Bella estava instalada e recebendo os devidos cuidados, não foi surpresa encontrar Edward no hospital naquele dia, eu já sabia que ele viria, e também o que Bella iria falar com ele. E posso dizer que pela cara de arrasado dele, ela tinha feito exatamente o que mandei.

Quatro enfermeiras foram contratadas, até Bella retirar os gessos, que levaria uns 15 dias.

Outro problema estava sendo as férias vencidas de Irina. Eu nem havia me ligado nisso, mas desta vez era em um momento tenso, as empresas estavam passando por um período complicado pois desde a fuga de Bella eu não dediquei-me o necessário e deixei pendências. Mas Irina tinha que viajar, era um direito dela, então eu estava à procura de uma substituta, o que seria uma busca tensa, pois Irina era mais que uma assistente ela a sabia de detalhes e segredos.

Cheguei à empresa e ela já a havia selecionado três das melhores candidatas.

– Senhor Grey, já podemos fazer a entrevista?

– Sim Irina, me dê alguns minutos e mande entrar a primeira.


Sentei-me, observei alguns recados e anotações, quando Irina veio com a primeira candidata, Lucinda, não gostei muito da garota era imatura e seu currículo apesar de excelente ela me pareceu o tipo de pessoa que não era muito confiável.

Leticia. Que merda a Irina escolheu somente meninas com nomes que começam com a letra L?! Bem esta era estranhamente vulgar, seu currículo era muito bom, mas seu temperamento e comportamento não condiziam com o meu ambiente de trabalho.

Leila, eu estava desgostoso já quase decidido a nem dar estas férias a Irina, quando a moça de cabelos castanhos pele levemente bronzeada entrou, ela estava com os cabelos em um rabo de cavalo aquilo foi estranhamente excitante, deixei esta parte de homem reservada ao seu devido lugar mas foi estranhamente imprescindível observar seu andar, estava muito bem vestida, maquiada, unhas feitas, eu sempre reparava nestas coisas, logo depois da mudança de Bella, eu descobri que as morenas podem ser sedutoras, e uma pequena parte de mim fez se mexer em algo que só reservava a Bella, a luxuria.

– Por favor, sente-se senhorita... - Olhei em sua ficha... - Heyde, senhorita Heyde.

Ela sentou-se, e além de seu maravilhoso currículo ela era perfeita para o trabalho, seu modo de falar e agir me deu um parâmetro. Ela se retirou e foi ao departamento de recursos humanos e logo depois tinha de fazer um breve treinamento com Irina que em duas semanas estaria de férias.

*Duas semanas depois*

– Como está?

– Muito bem Christian, aliviada sem aqueles gessos.

– Digo... (pigarrei)... Sobre... O resto - Eu não conseguia falar a palavra, eu me recusava a pensar nisso.

– Bem, não corro perigo mais de perder o bebê, este tempo de repouso foi ótimo para isso.

– Certamente. – Assenti. - Eu sei que é cedo, mas temos o aniversário de meu pai logo, e gostaria muito que você...

– Eu vou sim, não te disse que vou ser sua esposa, eu te odeio e isso está bem claro, mas sei de minhas obrigações.

Ela estava ainda caminhando com dificuldades, duas semanas de cama, ela virou-se e teve uma tontura. Segurei-a.

– Deixe-me, eu te ajudo.

– Não precisa.

– Bella, por favor, deixe de ser grossa eu só quero que isso dê certo, até aceitei este...

– Diga Christian, fale a palavra, um bastardo, é isso?

– Não, é sim, claro que é um bastardo, mas eu o aceitei não foi? E para todos os efeitos será meu.

– Você é patético, somente por capricho, o que vai querer meu amo? Meu senhor? Já me recuperei! Será na sala de jogos? Ou no quarto mesmo?

– Você é ridícula, acha que só me importo com isto?

– Você é que é ridículo, e o que seria?

– Amor! Porra Bella! Não dá para aceitar que eu te amo mais que minha própria vida?

– Não Christian! Eu custo a acreditar que isso seja amor, isso é possessão, você quer dominar, ter o controle, e não é assim que vai ter o coração de alguém.

Ela subiu a seu quarto me deixando ali no alento, sim estava com o coração esmagado, todo o progresso já feito com Isabella se perdera, sim eu perdera até agora, mas isso teria que mudar, mas para mudar eu teria de mudar.

Outro problema nestas duas semanas fora minha nova assistente, sim Leila, a senhorita Heyde, ela era extremamente convidativa, e no atual estado que estava meu lado homem, aquele que às vezes tende a falar mais alto insistia em me atazanar.

Duas vozes gritavam dentro de mim em igual argumento de altura, uma delas falava com meu coração atualmente esmagado, aquele que amava incondicionalmente Isabella, e dizia para ter paciência que logo eu teria minha vida novamente.

Outro lado mais sombrio atormentava meu ser, ele gritava, queria que eu a pegasse e a fizesse minha, afinal ela era minha esposa, e se não o fizesse eu estava no direito de buscar um alívio, sim um alívio para meus desejos, aqueles sombrios aqueles que estavam tentando reprimir por Bella.

Fui ao escritório, lá eu tinha outro dilema agora a mesma voz que me dizia que eu necessitava de alívio, ela me puxava a ver detalhes na nova assistente. Mas que porra era aquilo, eu nunca precisei disto! Sempre separei o profissional do meu prazer próprio, mas ela tinha algo que me chamava à atenção, em cada gesto, e hoje seria nosso primeiro dia sem Irina, eu trabalharia somente com ela.

Eu invejava o companheirismo dos casais. E a paixão e o amor que era palpável. Poderia ter continuado na minha vida que havia escolhido seria mais fácil, mais seguro era uma zona neutra, o BSDM, sim, aquele mundo que tentei fazer minha esposa aceitar, talvez esta fosse a resposta, eu teria de ter minha vida de Dom longe de Bella e a ela tentar dar uma vida normal.

Tentei retirar estas ideias de minha mente, e cheguei ao escritório, meu corpo estava eufórico, abri o frigobar e peguei uma garrafa com água.

Sentei e comecei a revisar alguns documentos quando o bip em minha mesa me chamou.

– Irina. - Que mancada! Ela estava de férias. - Desculpe senhorita Heyde.

Ouvi um leve som de riso que ela deu, sim ela não era como Irina. Irina sempre fora uma excelente funcionária, mas sempre demonstrou certo medo, porém Leila, ela era diferente.

– Só para avisar que já cheguei senhor Grey, eu estou à disposição.

Disposição, eu novamente expulsei imagens de minha mente nunca fora assim, mas a falta de contato físico me trazia isso.

Nos meses de distância de Isabela, claro que dei umas escapadas, homens não são de ferro! Mas não considerei nada muito prestativo ou que me causasse impacto.

– Estou redigindo alguns documentos e tenho algo que poderia se encarregar aqui.

– Estarei aí.

Leila entrou, fechou a porta atrás dela, ela caminhou até o meio da minha sala e da minha visão periférica, eu podia vê-la com as mãos ao lado do corpo, os pés paralelos aos ombros.

Pude reparar em seus saltos, suas pernas expostas não totalmente, mas usava uma roupa que a deixava com o corpo delineado.

– Senhor Grey.

Porra hoje ela usava um batom vermelho e seus lábios estavam destacados! Me roguei uma praga eu deveria trabalhar com uma senhora de 65 anos, e não com uma garota destas!

Observei que seu riso ao interfone deveria ser nervoso, pois ela estava visivelmente nervosa hoje estava em minha presença sozinha, sem Irina atira colo ensinando-a o que fazer.

– Leila, eu posso chama-la assim? Sei que não é formal, mas minhas assistentes elas estão muito próximas e isso acaba sendo muito pessoal.

Ela deu um salto. Era de se esperar, realmente que ela estivesse nervosa e tudo mais. Estava olhando plenamente para ela. Como a garota estava nervosa! Sua cabeça estava baixa, reprimiu um sorriso leve que vi se formar em seus lábios.

Eu estava agindo por impulso, quem era aquela que abduziu meu corpo? Ela era minha assistente, droga.

Eu empurrei a minha cadeira, peguei em minhas mãos os documentos que ela deveria revisar e organizar. Caminhei até ela. Seus tremores se intensificaram, eu causava isso nas mulheres, estava acostumado, mas o pior era que deveríamos trabalhar juntos. Eu parei a frente dela e estiquei a mão. Eu queria me aproximar mais e tocá-la, confirmar que ela era apenas uma mulher de carne e osso, e não algo intocável, mas ela deveria ser isso aqui.

– Desculpa minha estupidez, mas faço o que exatamente com isso?

– Quero que os revise e eu já os assinei e depois pode mandar para os devidos departamentos.

Eu deveria deixar estes pensamentos sim, isso era o certo, dei a volta novamente em minha mesa.

– Isso é tudo Leila.

Ela deu meia volta e saiu.

O ambiente voltou a ficar tranquilo.

Eu deveria ser mais inteligente como sempre fui, e havia somente um lugar onde eu poderia satisfazer meus desejos, sim, eu deveria ir a um encontro de BSDM.

Deixei meus afazeres de lado e fui à busca de meus antigos contatos, e fiquei sabendo de um encontro, eu tive que fazer tudo sozinho. Irina antigamente cuidava disso para mim, mas não podia deixar Leila cuidar destes detalhes, ainda era cedo demais.

O dia foi se arrastando, evitei ficar a sós com a senhorita Heyde.

O caminho de volta até em casa era cheio de expectativas. Como eu encontraria Isabella? Será que ela ainda estaria menos relutante?

Subi a minha casa me deparando com ela sorrindo, o som de seu riso era algo que me animava ao extremo, mas ao olhar na sala vi que tínhamos visitas, sim muitas, eles vieram vê-la durante todos esses dias, mas hoje estavam todos aqui.

Jacob, José, Mia e foi quando me deparei com um rapaz diferente ao qual nunca vi antes em minha vida.

Todos os olhos se voltaram a minha presença, mas eu retribuí sorrindo, forcei um pouco, mas se estavam fazendo Bella sorrir era isso que importava.

– Boa noite. - Eu disse.

Mia minha irmã veio a meu encontro, e me deu um abraço, era sempre ela.

– Meu irmão, que bom que Bella já está bem, agora venha eu tenho que te apresentar a alguém.

Olhei para o rapaz, ele era alto, loiro e de olhos claros, uma pele levemente bronzeada, ele me observava e veio a meu encontro esticando a sua mão para um cumprimento.

–Olá sou Jake Hyde!

Eu conhecia este sobrenome, sim minha assistente.

– Grey, Hyde por acaso não é parente, de Leila Hyde?

–Sim ela minha irmã. É sua assistente, e foi por isso que acabei conhecendo Mia.

– Ai Chris foi tudo muito estranho, lembra aquele dia que fui te encontrar lá no escritório? Então ao sair ele estava lá embaixo esperando a irmã dele. Eu sou tão estabanada que acabei esbarrando nele e derrubando o café que ele tomava e a partir dali nos tornamos grandes amigos.

Eu notei um brilho no olhar de Mia, o que me fez ficar preocupado. Helena era uma mãe muito exigente em relação aos namoros de Mia, e este não seria diferente e já deu para perceber que ela como sempre estava se envolvendo emocionalmente com ele, o que era preocupante.

– Eu convido a todos a me acompanharem em um drink! - Observei a cara de Bella ao fechar-se, mas José estava animado.

– Sem problemas. - Jacob comentou e deu um olhar para Bella.

Servimos, Mia me ajudou, e todos estávamos aproveitando um licor, a empregada serviu alguns aperitivos, e tentei entrar na conversa, eu devia isso a Bella, observei o comportamento de mia com Jake Hyde, eu teria de acostumar com este trocadilho de Jake.

Despedimo-nos deles, e eu puxei Mia, em um canto.

– Mia, eu sei que é intromissão da minha parte, mas...

– Nem comece Chris, já basta minha mãe! Olha, ela nem o conhece ainda então nada de abrir esta boca e muito menos fazer certas investigações sobre ele, eu já não sou uma criança e por esta implicância de minha mãe eu já perdi muitos namorados, então fique na sua e me deixe viver minha vida.

– Entendo você, eu só me preocupo.

– Então fique feliz por mim, e cuide de sua mulher.

Ela me deu um beijo na bochecha e saiu. Mia era uma criança grande, sua infantilidade era enorme, pelo fato de Helena sempre a prender, e ditar as regras sobre namoros, ela queria um bom partido, o problema de Mia que tinha um atrativo por rapazes mais humildes.

Depois que todos foram embora observei Bella ir até a sala e ir juntar as coisas.

– Deixe isso.

– Olha Chris, obrigada por ter sido tão gentil com meus amigos, eu sei que é difícil e também Mia estava, mas eles são importantes.

– Bella, claro que jamais vou te proibir novamente e te privar de suas amizades, eu se que errei e quantas vezes vou ter que te repetir. Eu estou tentando mudar.

Isabella nada disse, manteve sua cabeça baixa, até que ela encarou meus olhos, eles estavam cheios de lágrimas.

– Mas a que preço Christian? Fazendo-me não ter escolhas? A base de chantagem? Isso que eu não consigo entender e não consigo aceitar.

– Bella, se é o único modo de tê-la ao meu lado para provar que eu realmente te amo, eu não pestanejo, sim foi à base de chantagem, mas eu a quero Bella e não admito ninguém a tendo.

– É isso Christian que eu estou falando, eu não sou uma propriedade que te pertence, não é me dominando que você vai me ter, tente entender.

– Bella. - Segurei em seu braço, seu cheiro era inebriante, eu não podia resistir a ela. - Eu a quero e não posso nem pensar em te perder.

– Não entendo isso Christian, e nunca vou entender. E tire suas mãos de mim agora, já te disse eu posso ser sua esposa, mas não pertenço a você.

– É sim e vou te provar que você é minha.

– Não se tem alguém Christian.

Eu não resisti ela era minha, minha esposa, minha mulher, eu tinha que possuí-la, então a puxei para um beijo, ela relutou de início, mas não a deixei sair de meus braços a segurei forte e firme, até que ela relaxou, só não retribuiu, ela simplesmente parou de lutar.

Vitorioso eu saí de seus lábios, e pude ver em seu rosto a raiva estampada.

– Você é um idiota, vai ser assim tudo bem, me tenha, mas não terá por completo, somente meu corpo, esta carcaça, e se quiser posso fazer seus jogos, estar em sua cama, mas não pense que estarei lá de corpo e alma.

Ela subiu, eu me irritei, peguei aquela merda da garrafa de licor e a atirei em um espelho da sala de estar, dei meia volta e saí.

– Senhor Grey vai necessitar de meus serviços?

– Não eu vou sozinho.

Desci e embarquei em meu carro, rodei aquela cidade. Eu não sabia mais o que fazer, até que decidi, eu tinha que descarregar, e só tinha um local que poderia fazer isso.

Cheguei à frente do prédio, de fora não se dizia o que ocorria ali dentro, fazia anos que eu não vinha aqui.

Ao entrar era comum ver pessoas conhecidas na sociedade, mas a regra aqui era o sigilo, dei uma breve caminhada entre as pessoas, elas simplesmente conversavam normalmente, mas eu sabia todos ali eram aderentes do BSDM, era uma sessão de confraria*, normalmente estaria mais cheia aos fins de semana, mas eu sempre preferi estar nos dias de semana. Tem-se poucas opções, mas são boas.

Aqui neste grupo a regra era: os Dons usavam gravatas azuis, eu estava com a minha, as dominatrix usavam um lenço azul. Já os submissos estes usavam o vermelho, tanta na gravata para homens como em lenços para mulheres.

Eu geralmente observava as loiras, mas hoje meu alvo era outro, e quando percebi tinha uma morena linda observando um dos quadros da residência, ela tinha o corpo curvilíneo, eu a observei mais e fui me aproximando, quando ela se virou e nossos olhos se encontraram, eu não pude acreditar.

“Leila”.


Notas Finais


*confrarias: são grupos fechados e geralmente secretos ou pouco divulgados que se organizam em sociedades.

Tire suas mãos de mim

Eu não pertenço a você

Não é me dominando assim

Que você vai me entender

Eu posso estar sozinho

Mas eu sei muito bem aonde estou

Você pode até duvidar

Acho que isso não é amor.


Será só imaginação?


Será que nada vai acontecer?

Será que é tudo isso em vão?

Será que vamos conseguir vencer?


Nos perderemos entre monstros


Da nossa própria criação

Serão noites inteiras

Talvez por medo da escuridão

Ficaremos acordados

Imaginando alguma solução

Prá que esse nosso egoísmo

Não destrua nosso coração.


Será só imaginação?


Será que nada vai acontecer?

Será que é tudo isso em vão?

Será que vamos conseguir vencer?


Brigar prá quê?


Se é sem querer

Quem é que vai

Nos proteger?

Será que vamos ter

Que responder

Pelos erros a mais

Eu e você?



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