5.Uma nova fase.
O que é pior - a chamada mentira piedosa ou a
verdade cruel?
Millôr Fernandes
Eu nunca me senti
assim, minha visão ao invés de estar embaçada pelas lagrimas que corriam em meu
rosto, ficou totalmente clara, eu podia ver tudo, cada arvore, cada planta,
pedra ou algo que atrapalhasse minha corrida, podia ver toda criatura minúscula
daquele bosque, pelo cheiro sabia exatamente que lado estava minha casa, segui correndo, a velocidade era
incrível, eu poderia jurar que estava correndo mais do que um carro de corrida,
era tudo tão simples e natural, eu não estava nem com a respiração acelerada.
Avistei minha casa,
e diminui a velocidade, novamente foi natural, abri a porta e senti que
lagrimas ainda se formavam em meu rosto, mas mesmo assim minha visão ainda era
muito clara. Não se passou nem minutos eu estava do outro lado do bosque, como
isso era possível?
Entrei em casa e bati a porta, a força que usei foi tão
forte que pude ouvir a porta tremer.
Mas uns segundos se
passaram e alguém bateu a porta, fui abrir.
-Vá embora, eu não quero ouvir nada. – Antony segurou a
porta que eu fechava. _
-Não, você vai me ouvir, há muito, a saber, e eu sou o
responsável por você então você vai me ouvir, de um jeito ou de outro.
-Como assim responsável por mim? E como você chegou tão
rápido? Nem acredito que eu cheguei rápido assim.
- Eu te disse que há muito que saber.
Larguei a porta, pois por mais que eu estivesse segurando
com uma força enorme Antony conseguia aguentar.
-Entre.
-Melissa desculpe por isso, não era para ser assim, eu
tentava achar um jeito fácil de te contar, mas ha coisas que não tem um jeito
fácil de falar.
-Acho que eu devia estar acostumada a isso. – Antony me
abraçou e sussurrou em meu ouvido:
-Melissa, não tenha medo eu estou aqui para te ajudar, eu te
disse que sou seu amigo, e amigos ajudam. -
Ele me encarou colocou uma mecha de meu cabelo atrás da orelha, e beijou minha
testa. – Vai ficar tudo bem.
Era impossível resistir a seu carinho e atenção, mas eu
estava confusa.
-Não Antony, algo dentro de mim diz que só vai piorar. – Ele
não se opôs a meu argumento, somente tentou me reconfortar. Talvez nem ele
mesmo acreditasse que as coisas podiam melhorar.
-Melissa, vamos sentar e conversar. – Eu estava cansada,
sabia que havia coisas, a saber, coisas importantes, mas ali abraçada a Antony
eu só queria esquecer tudo por um momento e me acalmar antes de vir o furacão
de informações que sabia ter que aguentar.
-Antony me de um tempo para eu processar as informações.
- sentamos no sofá, coloquei minha cabeça em seu
colo, não percebi em que momento adormeci.
“ Estava novamente naquela floresta de meus sonhos, e desta
vez quando o vulto correu eu não estava com medo e ninguém precisava me dizer
nada, eu corri, corri em uma velocidade espetacular, percebi que aquilo era uma
caça, quando me aproximei do que caçava o segurei e quando se virou era um
homem mas não tinha rosto em seu lugar havia somente sangue...”
-Haaaaaaaaaaa! – acordei aos berros o sonho parecia muito
real.
-Calma Melissa, era só um sonho, como esta? – Antony afagava
meu cabelo tentando me acalmar.
-Tudo bem, estou começando a acostumar com eles. Quanto
tempo eu dormi?
-Não muito, são 14:00.
- e você diz que eu não dormi muito! E você ficou aqui?
-Sim, confesso que tentei levantar algumas vezes, mas você
não deixou, mesmo dormindo você é muito forte.
Abaixei a cabeça tentando encontrar coragem para encarar a
realidade, Antony segurou meu queixo e ficou próximo a mim, encarei seus olhos
e encontrei a coragem que precisava, eu sabia que podia aguentar qualquer coisa
se ele estivesse ao meu lado.
-Me explique como isso funciona, a velocidade a força? –
perguntei a ele.
-Você é uma caçadora, está em seu sangue, mas geralmente se
começa a treinar cedo e quando se chega aos dezoito anos e os poderes se
manifestam você já estaria preparada, como esse não foi seu caso, teremos que
resolver isso.
- E você? Foi treinado?
-Eu aprendi desde cedo a lidar com isso, mas eu sou
diferente.
-Como diferente?
-Eu sou um caçador guardião, e você é um supremo caçador.
-E qual a diferença?
-somos um complemento, há vários caçadores pelo mundo, para
cada caçador se tem um guardião, no seu caso você tem extintos, força e
habilidades próprias para luta e caça, mas em uma caça a um ser que tenha
poderes mentais você certamente perderia se não tiver um guardião, funciona
como um bloqueio, eu posso ter sonhos sensações tudo mental e você tem a parte
física, você me entende?
-mais ou menos, mas como você correu rápido também, e
segurou a porta? Eu posso jurar que estava usando uma extrema força.
-Mas não sua força total, você vai se espantar com ela,
quanto a correr eu corro tanto quanto você, eu tenho que te acompanhar.
-Ual! ... Isso tudo parece muito irreal.
-Sei que é difícil, processar tudo, mas você tem muito a
aprender e treinar, e como seu guardião uma de minhas funções é treina-la e te
proteger, então temos muito trabalho.
-Tudo bem, por onde começamos?
-Vamos comer algo e podemos começar a estudar e a treinar.
..........
Aquele foi o mês mais agitado de minha vida, Antony e eu
passamos todo tempo junto, e quando digo todo é todo.
Estudamos quase toda a biblioteca da casa, fiquei sabendo da
origem dos caçadores, como surgirão na Inglaterra em uma época em que bruxas,
feiticeiros, e todo tipo de coisas sobrenaturais que se possa imaginar, agiam
sem freio ou disciplina, houve muitas mortes, atrocidades, rituais e guerras,
com humanos e até entre clãs inimigos, então surgiu o caçador.
No inicio o único modo de resolver era com força e mais
mortes, mas com o passar dos anos as desavenças eram resolvidas com mais
civilidade, acordos, tratados, divisões de território, até que a paz era
estabelecida, e o sobrenatural começou a ser considerado mito.
Era espantoso saber tudo aquilo, imaginar que convivíamos
com todo tipo de criatura no dia a dia sem ao menos saber o que eram.
Mas sempre havia aqueles que não espeitavam as regras e ai entravam
os caçadores para estabelecer sempre a ordem.
Junto com o estudo, andavam os treinos, Antony me ajudava a
desenvolver a minha força, a agilidade,
velocidade, visão, tudo, ele dizia que eu tinha que estar preparada.
O cansaço era muito, então quase sempre dormíamos em cima
dos livros, então literalmente estávamos sempre juntos, se tornamos inseparáveis, estar com Antony era muito bom ele sempre se
preocupava muito comigo, um dia quando eu estava muito cansada me sentei a
beira de um riacho mais a dentro do bosque, Antony se aproximou e sentou ao meu
lado.
-Melissa, como realmente você se sente em relação tudo?
Suspirei antes de responder
-No começo parecia que eu estava em um de meus pesadelo, e
sempre que eu acordava, torcia para que eu estivesse em minha cama, e tudo
fosse normal de novo, mas agora, tudo esta tão natural, como se realmente minha
mente entendesse que é meu destino.
-E quanto a nós? Como você se sente?
Eu sabia o que ele queria dizer, durante esse tempo juntos
Antony demonstrou mais que a preocupação de um guardião, estávamos cada vez
mais emocionalmente ligados, mas eu ainda estava confusa comigo mesma e para
mim mesmo Antony sendo muito atraente, não conseguia vê-lo mais do que um
amigo.
-Antony, você tem sido ótimo comigo, e sinto que somos
ligados não somente pelo fato de sermos caçadores, há algo mais forte, mas não
tão forte como acho que você deseja você me entende?
-Melissa, eu tenho que te falar isso, pois esta preso em
minha garganta há semanas, eu sempre te esperei, sempre estive ansioso para te conhecer, e sinto que te amei antes
mesmo de te conhecer, mas quando te vi pela primeira vez algo maior aconteceu,
e sinto que esse amor é muito maior do que eu podia imaginar...
Tive de interrompê-lo, Antony estava se declarando, e não
podia acontecer, não agora, enquanto eu tentava me desvendar, havia muita coisa
ainda sobre mim, sobre meus pais, que eu precisava saber.
-Antony, não. Eu não estou preparada ainda, tem muita coisa
que preciso saber, eu te amo também, mas não dessa forma.
Ele se aproximou, pude ver o brilho em seus olhos, eram
apaixonados, ele me encarava como se tentasse entender meu argumento e ao mesmo
tempo me hipnotizasse, eu dei um suspiro fundo.
Seu hálito ficou próximo me inebriando deixando-me tonta,
ele levantou sua mão e como sempre fazia levou uma mecha de meu cabelo atrás de
minha orelha, mas manteve a mão ali afagando meu cabelo, então não consegui
dizer mais nada ele se aproximou mais e quando percebi sua boca já estava na
minha.
O beijo começou lento, calmo como se ele esperasse minha
reação, era irresistível então correspondi, sua língua explorou meus lábios e
avançou para dentro de minha boca, e começou a ficar urgente, intenso, foi
quando percebi o erro daquilo, eu não podia encoraja-lo mas eu queria, meu
corpo pedia por aquilo, minha boca tinha vontade própria correspondo aquele
beijo, quente, doce , mas era errado, então parei e me afastei rapidamente.
-Não! Entenda eu não posso ainda... – estava envergonhada,
recusando aquele amor. -
Antony continuou a me olhar com ternura, levou sua mão até
minha face e acariciou.
-Você é linda, e eu entendo, mas não vou me desculpar por
algo tão bom que realmente senti. E não
pode negar que gostou também.
-Não vou negar que gostei, mas entenda eu preciso de tempo.
Ele continuou com sua mão me acariciando.
-Eu entendo, e eu te esperei todos esses anos, não me custa
te dar esse tempo, mas não vou desistir de você.
Antony sorriu tirou a mão de meu rosto, se pôs de pé e
estendeu a mão para que eu levantasse:
-Vamos, a senhorita tem muito que treinar ainda.
-Eu estou tão cansada.
-Melissa, lembre-se de que estamos entrando novamente na lua
cheia, e temos que nos preparar.
Lembrei-me de que na lua cheia anterior foi logo quando me
mudei, e Antony havia ficado preocupado com os desaparecimentos de garotas, mas
ele me disse que só iria me contar sobre isso na hora certa.
-Então vai me contar o mistério dos desaparecimentos das
garotas, e o que tem haver com a lua cheia?
-vamos a sua casa eu tenho uma coisa par te mostrar, e lá eu
conto tudo.
Corremos até em casa, entramos, Antony me levou até a
biblioteca, me perguntei o que fazíamos ali? Pois eu já havia visto quase todos
os livros.
-Melissa, sei que você acha que já é demais tudo que você
sabe, no entanto há coisas muito piores.
-Pare de suspense porque eu já não aguento mais, você devia
despejar logo tudo de uma vez.
-Quando digo pior, é que pelo pouco que te conheço sei que
há coisas para as quais você vai ter que se preparar não só fisicamente, mas
psicologicamente.
-Há. E o que eu soube até agora foi o que?
-Quase nada comparado ao que você ainda tem que se preparar.
Quando falou isso Antony se aproximou da parede mais ao
fundo, puxou um livro, que não saiu da estante, ele se inclinou e como se
estivesse puxado uma alavanca, a parede se abriu, dando acesso a uma escada.
-O que é isso? Quer dizer aonde isso dá?
-Venha vamos descer, tem uma coisa que você precisa ver.
Antony pegou minha mão e descemos os degraus de pedra.
Oi Dila,Melissa tem muito o que aprender e como a ainda muita coisa por vir,precisa treinar muito para o que esta por vir,o bom é que ela tem o lindo do Antony para ajuda-la!O beijo aconteceu e por mais que ela não queira se envolver a atração é visivel entre os dois!Bjos Dila é tenha uma ótima semana!
ResponderExcluiroi Beatriz
Excluirsim Melissa ainda tem muito que aprender,
e tem muita coisa por vir ainda, ela tem muitas respostas a buscar e mistérios para resolver, quanto ao Antony ela ainda vai perceber que ele é mais importante para ela do que ela mesmo pensa.
Beijos e Boa semana
Dilla
Que coisa fofa o amor do Antony, pena que a Melissa rejeitou, né. O beijo dos dois foi tão supreendente e lindo.
ResponderExcluirBjs, Dilla
Débora
Oi Débora.
ExcluirSim muito fofo, mas pense no lado de Melissa é muita coisa acontecendo em tão pouco tempo, mas esse beijo significou muito.
tenha uma boa semana
Beijos querida
Dilla
Gente que Lindo é o Antony!*.* E esse mistério, ai Dilla o cap está lindo e perfeito, estou muito curiosa!
ResponderExcluirbeijinhos e até mais!!!
Olá amiga
ResponderExcluiré sim Antony é lido.
e o mistério .... é a cada capitulo fica mais emocionante..
Beijos a todos e até o próximo capitulo.
Dilla