11 fevereiro 2012

Os caçadores Capitulo 3. Vida Nova


    3. Vida nova
“Assim como existem dois lados de cada moeda, existem dois lados de cada pessoa, aquele que revelamos ao mundo, e outra que deixamos escondida.”
“eu estava em uma floresta, era estranha a sensação, pois eu nunca estive em nenhuma, estava em meio a um nevoeiro,  um vulto passou,  correu,  por impulso corri, mas não de medo eu corria atrás do vulto, quando percebi, eu dei meia volta mas minha mãe estava lá e começou a dizer: -não fuja! Volte! Esse é seu destino! Eu respondia – não mãe eu estou com medo- mas o rosto de minha mãe se transformou em um rosto diferente, era como se eu visse meu rosto só que mais velha,  mais madura, ela falava- filha não fuja, esse é seu destino!”
Acordei, suando e cansada como se tivesse corrido de verdade, a voz de minha mãe ficava se repetindo em minha cabeça. “não fuja”! Volte! Esse é seu destino! ’’.
Por impulso levantei e fui pegar a caixa de madeira, peguei a pequena chave e abri:
Dentro havia uma carta, um anel antigo com um símbolo que eu não conhecia, e varias fotos.
Comecei pela carta:                       
Melissa querida
Sei que não tenho direito de te chamar de filha, pois você deve me odiar, ou não?
Se você esta lendo essa carta, é porque você já completou 18 anos, meus parabéns.
Você não sabe o quanto eu queria estar presente nessa data tão importante, ainda mais para você, que a partir de agora vai enfrentar uma fase difícil.
Melissa, seu pai se chamava George Miller, ele foi morto, e as mesmas pessoas, se é que da pra chamar de pessoas, que o mataram estão atrás de você,  eu sou um nada para eles, mas carregava algo precioso, você, então para te proteger eu tenho que me afastar, pois eles me acharão.
Deixar você é a coisa mais difícil que vou fazer em toda minha vida, não sei se vou estar viva quando ler essa carta.
O mais importante melissa é não se desesperar, quando casei com seu pai eu sabia dos riscos e assumi, mas não imaginava ter você, e ter que te passar essa carga tão grande, você a partir de agora vai começar a descobrir coisas sobre você, vai começar com sonhos, com sensações, e vai ter que aprender a lidar com elas. Não posso entrar em detalhes que nem mesmo eu sei te explicar.
Sei que não posso te pedir nada, depois de te abandonar, mas se você quiser as respostas, e sei que vai querer, pois vai precisar, terá que se mudar para Aumsville , lá você terá as respostas.
Antes, você tem que procurar o senhor Walter Waal, ele te colocara a par de tudo que precisa dentro dessa caixa tem um numero que você tem que ligar, saiba que pode confiar nele, ele é funcionário de seu pai há anos, e vai te servir sempre, você terá acesso à casa de seu pai, nela também há tudo que você precisa.
Dentro da caixa que te deixei, tem um anel, ele é muito importante, e pertencia a seu pai, e algumas fotos de nos dois, para você nos conhecer. Querida, sei que não te criei e é difícil confiar nessas palavras, mas com o tempo a partir de agora, você vai entender o porquê disso, e espero entender que foi o melhor caminho.

Jeane Adson Miller

Depois de ler aquela carta, não tive como não sentir pena de Jeane, então peguei as fotos, era incrível, Jeane era igualzinha a mim, era como eu me vi no sonho.
Entre as fotos tinha uma do casamento, George era lindo, tinha os cabelos negros e lisos, e um rosto que deixaria qualquer modelo, morrendo de inveja, depois umas fotos deles com talvez amigos, notei o Sr Walter em algumas, depois uma que me fez chorar, uma foto de Jeane grávida, não estava nos últimos meses, mas era visível, ela e George  estavam rindo, George com a Mao na barriga e feliz.
E se fosse verdade? E eles me amassem a ponto de se afastar para me proteger, e quem matou George? E porque queriam me matar? O que eu tinha que fazer?

O ano letivo finalmente terminou, e como eu não tinha me escrito em nenhuma universidade eu fui ao computador fazer a pesquisa, digitei o nome da cidade e descobri uma escola de artes e literatura, ficava próxima  então eu tomei minha decisão.
-pai, eu preciso do telefone do Senhor Walter.
Meu pai ficou preocupado, mas não se impôs contra minha decisão.
Eu estava com  meu Toyota Camry, carregado  com minhas principais coisas.
-tchau pai, eu te amo!
-tchau querida não se esqueça de vir visita.
-você também venha me ver.
-tchau vovó, arrume o resto de minhas coisas eu mando buscar.
Em meio a despedidas,  entrei no carro e fui rumo a minha nova vida. Resolvi ir de carro, a viagem ia ser longa, mas era bom, mais tempo para organizar as ideias, e me preparar.
Eu parava, em postos, e restaurantes de estrada, observava pessoas diferentes, quando entrei na ultima divisão de estado, eu  senti que o clima aqui era bem diferente.
Entrei nos limites da cidade, fui seguindo por uma rua principal, olhei no mapa que eu tinha e entrei na rua que levava a uma casa distante, parei em frente. Era uma casa rústica de madeira. Peguei meu celular, graças a deus ele pegava aqui.
-senhor Walter, acabei de chegar.
-chego ai em minutos.
Ate Walter chegar eu desci para esticar as pernas e andei em direção ao bosque dos fundos, não podia negar era lindo, tudo a paisagem a casa, seria muito bom para férias no campo, eu ia descobrir se era bom para morar.
-Seja bem vinda, senhorita Adson.
-Walter me chame de Melissa.
-Como quiser Se... Melissa.
-Vamos entrar conhecer as acomodações.
Entramos, e Walter me mostrava seu belo trabalho de conservação, tudo estava limpo e impecável, como se nunca estivesse abandonada.
-Sempre, vim cuidar do jardim, e manter as instalações em ordem, mas se qualquer coisa não funcionar é só me ligar, estarei rápido aqui.
-claro, é impressionante, esta tudo impecável.
O interior da residência, era tão impressionante como seu exterior, tinha uma aparência rústica de chalé, mas com proporções maiores, no andar de baixo estávamos na sala de estar, que tinha uma lareira feita de pedras, à direita a tinha outra sala, a esquerda uma sala de jantar, os moveis eram igualmente rústicos, pareciam ter séculos, ele me mostrou a cozinha que diferente do restante da casa, era equipada de eletrodomésticos modernos, mas sua decoração não fugia o padrão da residência, a cozinha tinha uma porta que dava acesso aos fundos da casa, voltamos a sala principal e antes de subir notei no fundo do corredor perto da escada  outra sala mas deixei para ver depois, no segundo andar tinham vários quartos, ele me levou até o ultimo quarto que era a suíte da casa, estava bem arrumada , tinha uma grande cama com lençóis dourados, a vista dava para frente com uma imensa varanda.
-se, preferir, posso providenciar uma criada, que fique a disposição aqui mesmo?
-Não acho que será necessário, morando sozinha não tem muito trabalho.
-Eu quero saber aonde é que posso fazer compras?
-Eu abasteci a dispensa, mas se precisa de algo mais posso providenciar.
-Walter, eu preciso comprar coisas minhas, eu prefiro eu mesma se não se importa, por favor, pare com isso relaxe, eu sei me virar, só preciso de algumas ajudadas ate me instalar.
-como queira, Melissa.
-viu você aprende.
-O mercado fica na cidade, é só seguir aquela avenida principal, que você chega lá.
-Então, já que você gosta de ajudar, me ajude a descarregar o carro, vou tomar um banho e depois vou ao mercado.
No mercado, por mais que fosse de cidade pequena, encontrei tudo o que precisava, no caixa uma garota simpática, que tinha minha idade me atendeu, ela foi super  simpática:
-esta de férias?
-Não, estou me mudando.
-que estranho, as pessoa com sua idade costumam ir embora, não vir morar.
-eu vim estudar na escola de arte do distrito vizinho
-mas resolveu morar aqui?
- é que eu já tinha uma casa aqui, e é só 20min de carro.
-que casa?
- aquela perto do lago.
-ual! Aquela é a casa mais linda daqui do condado.
-E você?  tem minha idade e não foi embora?
-tenho que cuidar de meus pais, e ajudar com o mercado, depois que meu irmão terminar a faculdade de economia e voltar, se ele voltar, ai eu vou fazer faculdade.
-como? Se ele voltar?
-Sabe como são os rapazes, as vezes a vida no interior não é atraente.
-sei.
-tenha um bom dia, e volte sempre.
-Obrigado
Quando estava colocando as compras no carro, um vento bateu,  com o declive o carrinho saiu andando, só parou quando um rapaz o segurou, ele começou a trazer o carrinho de novo, eu fiquei de boca aberta, eu nunca fui de reparar em garotos, mas aquele, ele estava de camisa preta, uma calça escura, e uma jaqueta jeans, seus cabelos eram cor de bronze arrepiado ele foi se aproximando e pude ver seus olhos verdes.
-esse carrinho é seu?
-é obrigado?
-e ai você deve ser Melissa?
-como? Você sabe meu nome?
-Que grosseria a minha, eu sou Antony Waal, sou filho de Walter Waal.
-á bom!
-Quer ajuda?( que maravilha, além de lindo e  educado, )
-Obrigado!
Ele me ajudou a colocar as compras no carro, e eu fiquei observando como ele se movia com elegância, suspirei, e pensei como alguém tão lindo estava perdido aqui nessa cidade pequena?
-então, a gente se vê!
-claro, em uma cidade desse tamanho é difícil, não se ver de novo.
- é você tem razão, e com meu pai sempre me dando serviços na sua casa acho que vamos nos ver muito.
Chegando à casa que agora, eu tinha que se acostumar que era minha. Fiz uma comida rápida, e fui me deitar.
Tentando dormir, tive novamente, aquele sonho, na floresta só que agora era  Jeane e George, que falavam comigo.
Acordei,  não consegui dormir mais, estar em uma casa diferente, era estranho, não tinha meus livros pra ler e me distrair, então resolvi  dar uma volta, coloquei meu casaco em cima do pijama de flanela, desci e fui ate a porta dos fundos, caminhei em direção ao bosque, fiquei ali observando e tudo era muito silencioso, foi quando vi uma pessoa andando, de longe não identifiquei quem era, mas com ele se aproximando vi que era um homem, estava com um sobretudo preto quase ate os pés, quando ele entrou num espaço que a luz da lua o atingiu, percebi aqueles cabelos bronzes e vi que era Antony, relaxei um pouco e fui andando em sua direção:
-é meio perigoso andar pelo bosque, sozinha, o que faz aqui?
-Você também esta sozinho.
-è diferente, eu conheço os perigos da região, moro aqui há anos.
-que perigos eu posso encontrar em uma cidadezinha desse tamanho? Acho que nas cidades grandes há mais criminalidade.
-mas há lugares que a taxa de mortalidade não se baseia na criminalidade, há vários outros tipos de perigo, ainda mais que hoje é lua cheia.
- Você é supersticioso? (disse isso com um tom de deboche)
-Às vezes é bom ser, nos deixa mais alerta, mas você não medisse o que faz aqui?
-Não consigo dormir, então decidi dar uma volta, e você, o que faz aqui?
-também não consigo dormir.
-Mas você esta longe de casa.
-Nem tanto, pelo bosque minha casa fica perto, é pela estrada que se tem que dar uma volta grande.
Ele me acompanhou até a entrada de minha casa, paramos em frente à  porta dos fundos, eu o vi na luz, e pude perceber que carregava um amuleto no pescoço, abri a boca para perguntar, mas não disse nada, observei que o amuleto era parecido com meu anel, não igual, mas com características similares.
-E então? Você pode ficar ai dentro, boazinha?
-Talvez, se eu conseguir dormir.
Ele deu um leve sorriso, que eu fiquei sem fôlego, como ele fazia isso? Nunca senti isso antes, pensei comigo mesma que devia ser o sono.
-Espero que fique, dentro de sua casa é mais seguro, boa noite!
-Boa noite!
Ele se virou e caminhou lentamente em direção ao bosque. Fechei a porta, fui então andar pela casa, quando fui subir as escadas, pensei em olhar aquele cômodo ao lado, abri a porta, acendi a luz,. Era uma pequena biblioteca cheia de livros, em cada uma das quatro paredes, revestidas de prateleiras até o teto. Comecei a olhar os títulos, não havia nenhum romance, somente livros de mitologia, lendas, história de terror, bruxas e tudo que se possa imaginar sobre coisas sobrenaturais.
Um dos livros me chamou a atenção, era um livro grande com a capa de couro marrom, o titulo era: ” O que a lua cheia esconde” , quando comecei a ler vi que se tratava de varias histórias e mitos sobre a lua cheia, desde Lobisomens, a ritos destinados com a lua, tribos que faziam sacrifícios, mas uma das histórias me chamou a atenção: era sobre um homem muito lindo que perambulava na lua cheia caçando mulheres, ai dessa eu ri pois imediatamente me lembrei de Antony, mas rapidamente meu sorriso parou quando me lembrei de seu medalhão, fechei o livro, corri para meu quarto e peguei a caixa de madeira, abri e peguei o anel, observei bem, e realmente a imagem não era igual, mas examinando bem o anel, percebi uma inscrição que devia ser latim, lembrei que na biblioteca tinha um livro de latim, desci, peguei o livro, procurei a palavra, a tradução era: “O caçador”.
Então, por impulso fui olhando os livros,  achei um com o titulo: ”Os caçadores”, peguei o livro e subi, sentei na cama, comecei a folhar, achei uma pagina com a imagem do símbolo que tinha no meu anel, abaixo a legenda dizia: “Brasão , representando a linhagem do caçador.” 

5 comentários:

  1. Meu deus que história!!
    fui ler por curiosidade, mas agora fiquei curiosa
    quando sai o próximo capitulo?
    Lana gostaria de saber se é um romance ou suspense?
    Mara

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    1. Oi Mara!
      Essa história é da Dilla e ninguém melhor que ela pra te responder com detalhes...
      O que eu posso te adiantar é que é uma aventura cheia de emoção e muito suspense... tem tudo pra nos deixar com água na boca a cada final de capítulo... Bjinhos e seja muito bem vinda!

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    2. oi mara,
      desculpa não responder antes,
      que bom que gostou, o próximo capitulo esta sendo finalizado, e como vem feriado meu salo fica cheio e as meninas não dão conta, então posso atrasar a postagem essa semana, mas os capítulos são postados semanalmente,
      geralmente sábado a noite.
      beijos

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  2. Ai ai Dila to amando!Melissa com o sonho que teve com Jeane e abrindo a caixa que continha a carta e o anel que revela um pouco do porque que ela á deixou e explicando o que ela devia fazer Melissa resolveu que era a hora de partir!Walter co toda a certeza vai ajuda-la no que precise.
    Melissa não é fraca não já se encantou por Antony que pela sua descrição e lindo e muito encantador!
    Dila tenha uma ótima semana e tenha a certeza que to gostando muito da estória e dizer que amo romance como a personagem da estória!Bjos

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    1. oi Beatriz querida.
      que bom que gostou.
      e tenha certeza que sim melissa é uma guerreira, e com ajuda de Walter e Antony, ela ainda vai descobrir muita coisa.
      você também tenha uma ótima semana, só aviso que com o feriado se aproximando meu trabalho aumenta, por esse motivo talvez não consiga postar essa semana.
      beijos

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