Sangue e coração Cap 23. O Piquenique

Perdoem-me o atrazo queridos, espero que gostem...

23. O Piquenique

       

 "A vida nos surpreende a cada momento com presentes inigualáveis"

-Sabe o que eu gostaria de fazer hoje amor?

-Vindo de você, eu espero qualquer coisa. –Alex me respondeu rindo, estava tudo na mais perfeita harmonia Jack e Elizabeth não demoraram e logo se mudaram pra cá como Alex me prometera, fiz questão de que morássemos todos juntos na casa principal, afinal eram tantos quartos que sobraram mais cinco vazios, meus irmãos adaptaram-se rapidamente a vida na fazenda, trabalho não era problema para nenhum deles, cuidavam de tudo com um zelo que dava prazer de olhar Alejandro e Diego são os mais novos e se responsabilizaram pela criação das ovelhas enquanto Ruan e Santiago cuidam dos pomares, todos são muito especiais, atenciosos e me mimam a todo instante, pra ser sincera às vezes acho que Alex fica um tanto enciumado em dividir minha atenção com eles, confesso que me divirto com a situação pois são amores totalmente diferentes e o lugar que ele ocupa em meu coração é o maior de todos.

-Muito espirituoso meu marido! -Falei fazendo biquinho, em nossos momentos a sós ele demonstrava tanto carinho que ás vezes não me sentia merecedora de tanto amor, acho que ele ainda não se deu conta do tamanho do meu sentimento por ele e eu sentia como se tentasse melhorar estragaria alguma coisa, esta certo, eu sei que estou sendo covarde, mas é que não suportaria abrir mão de nenhum deles, não agora que tudo estava tão perfeito. – Se não quer saber, então deixe pra lá.

-É claro que quero saber minha querida, só estava brincando com você, não precisa ficar ofendida.

-Não estou ofendida, só que se não quiser fazer nada não tem problema.

-Alicia meu amor, entenda uma coisa, eu quero fazer tudo ao seu lado, se me chamar pra tomar um banho de chuva no dia mais frio, vou chamá-la de louca, mas irei de bom grado só por estar em sua companhia, não há nada neste mundo que eu não queira fazer com você entendeu? Aliás, a senhora tem andado um tanto sensível esses dias, eu sei que sempre foi esquentadinha, mas está mais sensível que de costume.

-Não estou! – fiz biquinho e muxoxo. Ele riu de minha expressão.

-Vamos amor, me diga o que quer fazer hoje, se estiver ao meu alcance farei sem pestanejar.

-Sabe o que é, pensei em reunir todos e irmos fazer um piquenique perto do lago, o que acha?

-Tanto rodeio pra isso?

-Entenderei perfeitamente Alex, caso não queira ir, basta que me diga.

-Não é isso querida, é que era uma coisa tão simples e você fez tanto rodeio que pensei que seria algo muito complicado, mas acho uma ótima idéia, principalmente por que o dia está perfeito e quem sabe assim você para de se estressar tanto.

-Não to ESTRESSADA!!!-Eu gritei mesmo? Opa!

-Hahaha.... Claro que não. – Alex saiu rindo e eu fiquei um tanto envergonhada, mas afinal de contas o que esta acontecendo comigo? – Vou preparar tudo querida, se quiser pode seguir na frente com Elizabeth, vou pedir a cozinheira que prepare a cesta e levo em seguida com Jack.

Meu Deus o que está acontecendo comigo? Não tinha percebido que estava tão alterada. Elizabeth e eu fomos caminhando até o lago e conversamos por algum tempo sobre nossos maridos.

-Elizabeth não sei mais o que fazer, acho que não tenho tratado Alex muito bem nos últimos dias, ele reclamou que estou muito estressada, mas pra dizer a verdade não havia percebido isso.

-Amiga você está tratando todos a patadas, achei um pouco estranho, pois sei que não é assim, mas tenho tentado me manter longe de conflitos com você.

-Como assim? Estou tão insuportável assim? O que eu tenho feito de tão absurdo?

-Alicia querida, como exemplo básico, ontem você quase quebrou um vaso de cristal por que nele não cabiam todas as flores que você pretendia colocar nele.

 -Meu Deus Elizabeth! Por que não me alertou antes, realmente não percebi que estava agindo assim.

-Querida, pode ser por que está perto de chegarem as suas regras, toda mulher passa por isso às vezes.

-Agora que você comentou, vai fazer dois meses que não tenho regras, acha que posso estar doente?

-Doente Alicia? Claro que não, você pode estar GRÁVIDA! – Ao ouvir essas palavras meu mundo girou. Será mesmo? Não esperava engravidar ou pelo menos não pensara na possibilidade até o momento.

-Você acha que estou GRÁVIDA? – Fiquei parada ao som que saiu de meus lábios. –Será possível amiga? Claro que sim do ponto de vista biológico, mas confesso que não pensei nesta hipótese em momento algum.

-Confesso que já havia pensado nisso antes, afinal sou esposa de um médico você sabe, mas achei que já saberia se fosse o caso.

-Nunca parei pra pensar nisso, não antes de você levantar a suspeita, Ai Meu Pai!

-Que foi Alicia? – Elizabeth perguntou preocupada.

-O que Alex vai pensar sobre isso?

-Ah pelo amor de Deus Alicia é isso que te preocupa? Tenho certeza que ele ficará encantado com a novidade, e por falar em Alex, eles estão chegando ai você pode contar agora esmo.

-NÃO! Agora não, antes preciso ter certeza, prometa que não vai contar nada.

-Mas Alícia...

-Mas nada Elizabeth! Não quero desapontá-lo, primeiro quero ter certeza.

-Tudo bem se quer assim eu não vou contar nada.

-Contar o que Elizabeth? –Alex perguntou aproximando-se de nós duas.

-Ué se eu disse que não vou contar, é por que eu não vou contar oras. – olhei pra ela reprovando-a por um comentário tão comprometedor.

-Vocês estão com muitos segredinhos pro meu gosto, não acha Jack?

-É verdade Alex, vamos Elizabeth responda a pergunta.

-Ta bem, afinal ele vai ter que saber mesmo Alicia.-Olhei pra ela de um jeito que se olhar matasse ela estaria no chão, não acredito que ela vai contar...

-Alicia me confessou que quer suco de graviola, mas me pediu pra não contar se não você teria que voltar pra buscar Alex. – meu coração quase saiu pela boca de susto, mas até que ela se saiu bem, não pude esconder minha expressão de alívio.

-Mas era só isso querida? Volto em menos de vinte minutos com seu suco.

-Obrigada querido, mas não precisa voltar, tomo o que você trouxe mesmo...

-Querida já se esqueceu do que conversamos mais cedo? Já volto com seu suco, vamos comigo Jack?

-Claro, e vocês duas se comportem.

***

-Sua louca, quase me matou de susto.

-Rsrsrsrs... Acha mesmo que eu contaria? É você quem deve contar a ele.

-Obrigada Elizabeth, não sei como agradecer. - Um filho de Alex, será mesmo que estou grávida? Que carrego em meu ventre um pedacinho do meu amor? Com quem será que vai se parecer? Tem que ser igual ao pai, definitivamente igual ao pai! Acalme-se Alicia, você nem sabe se está mesmo grávida, precisa ter certeza antes de se empolgar com a idéia.

Mas como explicar o que tem acontecido comigo ultimamente? Só pode ser isso.

***

 Logo eles voltaram com o tal suco e confesso que ao ouvir falar dele me acendeu uma vontade de tomá-lo que até fiquei feliz por que não demorou.

Jack e Alex arrumaram tudo, forraram a toalha a beira do lago e tiraram todas as guloseimas da cesta arrumando-as sobre a toalha, tinha uma infinidade de bolos, pães e torradas, geléias, sucos e patês estava tudo muito lindo e apetitoso, Elizabeth e eu nos sentamos e nossos respectivos esposos nos serviram. Alex encheu uma taça com o suco de graviola que voltara pra buscar.

-Aqui está querida, do jeito que você gosta, ao natural sem açúcar.

-Obrigada amor. –Falei sorrindo docemente, ao levar o suco para o primeiro gole, algo dentro de mim protestou e levei a mão na boca prevendo as consequências do enjôo que me tomou no momento.

-Amor o que está havendo? – Alex me amparou preocupado, soltei-me de seus braços e corri em direção ao lago onde me debrucei e não pude mais conter o vômito que explodiu de meu estômago.

-Alicia por Deus o que é isso? – Ele estava em pânico ao meu lado

-Saia daqui Alex, não quero que me veja desse jeito. -Falei tentando empurrá-lo, doce ilusão, ele se abaixou ao meu lado, segurou-me pela cintura e levou a mão livre a minha testa afim de me amparar. Senti-me deveras constrangida, mas não poderia tirá-lo dali nem que eu quisesse Alex não sairia do meu lado enquanto eu não estivesse bem.

Levantei-me com dificuldade, mas tão rápido quanto veio o mal estar se foi, Jack estava ao meu lado também preocupado, mas já desconfiado, olhei para ele e fiz que não com a cabeça, supus que já tinha conversado com Elizabeth e entendeu meu gesto. Tentei voltar para o piquenique mas Alex foi irredutível, me levou pra casa e me pôs na cama como uma inválida, não protestei afinal estava em êxtase, se tinha alguma dúvida agora ela se dissipara, eu estou Grávida, definitivamente GRÁVIDA! 

  

***

Já havíamos nos recolhido para dormir e eu estava escolhendo as palavras para contar a novidade a Alex, quando ouvimos alguém bater na porta principal da casa.

- Está esperando alguém Alex? – perguntei desanimada

- Ia te fazer esta mesma pergunta.

- Que estranho! E principalmente pela hora já avançada.

- Meu Deus Alex, será alguém doente atrás de Jack?

- Acalme-se Alicia, não há de ser nada grave, verei de que se trata, espere aqui.

- Te acompanho querido. – olhou-me rendido – faz diferença se eu disser para não ir?

- Claro que faz meu querido, mas não quero ficar aflita e sozinha aqui, então se me permitir, prefiro acompanhá-lo.

- Não há como dizer não a um argumento ardiloso como esse! – disse sorrindo.

Seguimos para a sala principal, onde encontramos Jack já a postos, provavelmente pensou o mesmo que nós.

- Pode deixar que eu abro. – Jack seguiu em direção a porta enquanto o observávamos Alex me enlaçou pela cintura de forma protetora.

- Sim, esta é a casa dos Sumers. – ouvimos Jack explicar, aparentemente a visita não era para Jack afinal, mas quem estaria a nossa procura em horário tão avançado? Jack se voltou para nós.

- De que se trata Jack? – Alex quis saber.

- Era o cocheiro dos Jonas, foi chamar sua Senhora na carruagem.

- Os Jonas? Da fazenda vizinha? Samuel Jonas nunca me fez uma visita antes, por que será que sua Senhora está aqui há esta hora? Que estranho. – Alex ponderava pensativo.

- Seja o que for, saberemos agora. – Jack abriu mais a porta e uma distinta senhora se insinuou porta adentro e no instante em que pus meus olhos nela, não vi mais nada além de escuridão.