03 março 2012

"Os Caçadores" capitulo 6- " O Assassino em Mim."



6. O Assassino em mim

“ Você só descobre quem realmente é, quando é testado.”
“E você descobre quem pode ser, quando é posto á prova.”
   Há um ano se  me perguntasse o que eu faria em meu dia, eu responderia vou levantar tomar café com meus pais, vou me sentar no jardim e ler um bom livro, talvez tomar um banho de piscina, tomar um sol, ajudar minha mãe com o jardim, depois subiria a meu quarto, e depois de uma ducha colocaria uma roupa confortável e desceria jantar com meus pais.
   Para muitos poderia parecer uma monotonia, mas eu costumava chamar de vida feliz.
   Hoje se me perguntar o que eu vou fazer de meus dias eu responderei: não sei, só sei que tenho que fazer qualquer coisa para sobreviver.
   Quando Antony me levou aquele porão enquanto descíamos as escadas me senti em um filme de terror, e era exatamente isso que minha vida se tornava, a cada degrau de pedra que descia um arrepio se formava em minha espinha, quanto mais descíamos mais escuro ficava.
   Antony esticou a mão e tocou um interruptor na parede, as luzes se acenderão e eu tive a visão que realmente só poderia ser um filme de terror.
   As paredes revestidas de pedra comportavam vários tipos de armas, desde fogo a arcos e flechas, facas, espadas, estacas, e outras que nem saberia o que eram, ou para que servissem.
   Pior que as armas eram os  quadros, pinturas de mortes e chacinas, homens, mulheres e até crianças esquartejadas e queimadas; eu estava em estado de choque andando lentamente calada observando tudo quando cheguei ao fundo daquela cripta horrenda eu vi algo pior, atrás de um tipo de parede de vidro estava lá, um monstro horrendo parecia uma estatua, mas era real demais, tinha uns dois metros e meio com o corpo coberto com uma pelagem marrom escura, sua face tinha um focinho que lembraria um lobo mas estava ereto como um ser humano e o que mais me assustou foram seus olhos abertos, não era um olhar de animal e sim um olhar humano, mas com muita fúria.
   As palavras não saiam de minha boca, se bem que eu não encontrava nenhuma para aquilo, em toda minha vida, tirando o dia que eu por puro capricho pedi para ver minha mãe no caixão, não houve visão mais macabra do que aquela, eu comecei a ficar tonta e apavorada, não pensei em nada sai correndo  subi as escadas passei pela biblioteca, pela sala e saí porta a fora, parei coloquei minha cabeça entre os joelhos, contei as respirações ate meu coração voltar a bater normalmente, mas estava sendo inútil.
   Sabe aqueles brinquedos do Playground que giram, pois bem, sabe aquela sensação que se tem depois de se ficar horas girando, eu estava assim, enjoada, tonta, e parecia que meu mundo tinha girado por completo.
  Por conta de minha visão estar perfeita, só percebi que estava se esvaindo em lagrimas quando senti a umidade em meu rosto.
Percebi Antony se aproximando com cautela, ele colocou uma mão em meu ombro, eu fiquei ereta e o encarei, não foi preciso dizer nada ele me abraçou e eu chorava intensamente em silencio.
Aos poucos o choque passou, e eu pude fazer a pergunta crucial que eu não tinha certeza se queria a resposta.
-Antony, o que era aquilo tudo?
-É o seu trabalho, o que você tem que fazer, aquela é a sala de armas.
-Mas, Mas... Eu não precisei nem fazer a pergunta Antony entendeu que eu queria saber o que era aquele monstro.
-Aquilo, é algo que seu avô por curiosidade manteve ali, eu te explico, assim que você quiser ouvir tudo.
-Então vamos agora.
-Você tem certeza? Você acabou de entrar em choque! Não quer dar um tempo?
-Não, agora, eu preciso de respostas, e cada dia ao em vez disso surgem mais perguntas, acho melhor encarar tudo logo.
-Tudo bem. Mas se você não se sentir bem me avise.
Desci novamente, como eu já sabia o que encontrar não estava com medo, Antony começou pela parede de armas:
-Aqui estão quase todo tipo de arma necessária para matar criaturas de diversos tipos: Vampiros, lobisomens, lobos, criaturas da lua enfim todos que você já leu ou vai ler.
-Cada um precisa de uma arma?
-Veja bem, o mundo sobrenatural é cheio de surpresas, existem varias espécies diferentes de criaturas, e com o passar dos séculos eles evoluíram, se misturaram, assim formando novas espécies.
-Como assim?
-aqueles livros são muito antigos e relatam suas espécies nas formas puras, mas sabe a genética é algo impressionante, com  o surgimento de raças hibridas nunca se sabe exatamente como matar um tipo de criatura.
-Você esta dizendo que eles misturaram as genéticas?
-Sim, com humanos, entre eles mesmos outras espécies, e assim por diante, e como o ser humano sempre evolui, eles também tem essa capacidade, a maior mudança foi a intelectual.
-como assim?
-Venha.
Antony me levou ate os quadros.
-Veja esses quadros, eles relatam como se acabava geralmente com as criaturas no passado, geralmente tudo acabava na fogueira, mas você podia matar um lobisomem com balas de prata, um vampiro com estacas, mas no fim só o fogo os extinguia por completo.
Um quadro me chamou a atenção o de uma família inteira sendo queimada.
-E isso Antony, porque queimar crianças?
-Essa é a época que começou a se descobrir que as criaturas podia se procriar com humanos, e sendo assim quando se descobria uma, na duvida se destruía a família toda, sabe literalmente queimar o mau pela raiz.
-Que horror!!!
Eu estava espantada com tudo, nos quadros eles pareciam tão humanos.
_veja por esse ângulo, antigamente era a única alternativa, como eu disse a maior evolução foi intelectual, antes nenhuma criatura aceitava acordos, ou qualquer opção com o tempo eles viram que eles tinham algumas alternativas e poderiam viver em harmonia com humanos.
-Eles vivem entre a gente?
-Claro! Você vê nas pinturas se mau da pra perceber que são diferentes, você pode topar com eles e nem notar, claro que em regiões especificas, certas criaturas tem algumas limitações.
-O sol? Vale pros vampiros. – Tentei usar um tom sarcástico, mas não funcionou, estava muito nervosa. -
-Para alguns sim, outros não.
-Como pode isso?
-As misturas. Muitos híbridos nascem sem as características primarias e só os puros tem as limitações originais, e hoje são poucos.
-Nossa é muita coisa pra minha cabeça.
-e isso não é nem a metade.
-E aquela coisa horrível? – Apontei para o monstro atrás do vidro. -
-Bem, digamos que seu avô era médico, e como todo médico era muito curioso, principalmente referente as criaturas, um dia ele se deparou com essa criatura, mas ele não era mau estava vivendo no bosque tranquilo caçava animais, em uma patrulha ele o encontrou ele não viu maldade no animal, mas os caçadores supremos não ouvem pensamentos então ele voltou e chamou minha avó que era sua guardiã, ela conseguiu ouvir a mente da criatura e descobriu que ele fugiu de seu bando a anos e vivia ali tranquilo, foi um dos primeiros acordos de seu avô,a criatura poderia viver ali só não poderia se aproximar das fazendas e nem da cidade, durante anos esse acordo deu certo, ate que um dia essa criatura chegou perto da cidade desesperada, minha avó escutou seus pensamentos aos berros ela então chegou perto e tentou acalma-lo ela percebeu em sua perna uma fecha dourada, ela não entendeu de inicio pois se sabe que os lobisomens se mata com a prata e não com ouro, quando a criatura organizou as ideias minha avó entendeu e a levou ate seu avô, e traduziu seus pensamentos a ele.
A criatura pedia que a matasse antes que o feitiço fizesse efeito.
-Feitiço??? Tive que me espantar
-Sim a flecha dourada era uma das flechas do arco de Aterry.
-Que arco é esse?
Antony me mostrou a flecha e explicou:
-O arco de Aterry, é uma arma mística, durante muito tempo acreditou-se ser somente um mito, ela tem poucas flechas, mas as douradas são as mais poderosas, quando se é atingido por uma você tem pouco tempo ate que sua alma deixa o corpo e você fica vagando sem rumo, as bruxas podem usar seu corpo para coisas muito malignas, um corpo sem alma é uma das coisas mais perigosas que se pode existir.
-Então se ele não fosse morto. ..
-Ele não seria ele mesmo, nem se sabe o que ele seria, então seu avô com muita dor no coração sacrificou o animal, mas não teve coragem de queima-lo, retirou todos seus órgãos e os queimou, e o empalhou, ele estudou ele antes é claro ele viu uma oportunidade.
-Que horror, porque não enterrou o coitado.
-Ele teve medo da bruxa procurar o corpo e seu avo tinha se afeiçoado com a criatura.
-Mas porque a bruxa fez isso?
-as bruxas são criaturas estranhas, elas desejam sempre o poder, anos mais tarde quando seu avô já estava morto seu pai descobriu um clã delas próximo então se deduziu que elas se sentiram ameaçadas pala criatura e agiram de forma extrema, mas seu pai fez um acordo com elas.
-Que acordo?
-Já não chega de historias por hoje? Vamos comer alguma coisa.
Percebi que Antony ficou nervoso ao falar sobre as bruxas.
-Mas e a lua cheia? As meninas desaparecidas?
-Vamos comer ai continuamos por partes ta legal.
   Fomos à cozinha, e u não conseguia tirar a criatura de minha mente imagina-la pedindo para morrer para não virar um monstro me fez se sentir como um assassino, essas criaturas eram com nos humanos, tinham sentimento vida decisões, lembrando-se dos quadros eles tinha ate família.
-O que foi? Você está tão distante
-Estava pensando que tudo isso esta cada vez se tornando mais real, e a cada dia eu imagino se vou aguentar.
-Você vai,
-não sei Antony eu não quero ser uma assassina, não seis se consigo
-não precisa, hoje  as coisas são muito calmas
-mas as meninas? Como vou descobrir e acabar com isso?
-calma cada coisa ao seu tempo
Trimmm Trimm
O telefone de Antony tocou.
-Alo!
-Como?
-Como assim e você decide isso assim?
-é claro que estou feliz, mas você sabe que e complicado.
-tudo bem eu te encontro lá daqui a uma  hora mais ou menos, tenho que falar com ele antes.
Quando desligou estava com uma cara de assustado
-que foi?
-nada de mais só uma coisa que vou resolver, mas a noite eu volto ta.
-posso ir?
-Creio que não, é algo pessoal, você entende?
-tudo bem. – uma sensação de vazio percorreu minha espinha, passamos tanto tempo juntos, foi fácil esquecer que ele tinha uma vida antes de mim, Antony percebeu meu estado.
-Você poderia esfriar a cabeça um pouco, na cidade tem uma livraria você podia procurar algo mais leve para ler e se distrair.
-acho uma boa ideia
   Quando Antony saiu tentei não ficar pensando em nada ele me disse para esfriar a cabeça,fui me arrumar era diferente fazia dias que minha rotina estava sendo naquela casa e no bosque que eu nem lembrava de como era interagir com os outros
   Andando pelas ruas fiquei pensando em nossa conversa como qualquer um podia ser algo sobrenatural e nem percebermos.
   Entrei na livraria, o sininho na porta alertou minha entrada uma garota linda do outro lado do balcão me olhou e sorriu e continuou a leitura que fazia, eu fiquei a vontade olhando os livros, fui a seção de romance, mas não me interessei por nada, é intrigante como nossa perceptiva da vida muda quando vemos as coisas por outro lado, os romances me pareciam fantasiosos de mais, estão passei pela auto ajuda, ficção cientifica, quando me dei conta estava na sessão mitológica lembrei-me que deveria me distrair e não ler  para confundir minha cabeça.
Fui dar a volta na prateleira quando levei um susto, a menina do balcão estava ali parada com um sorriso.
-Posso te ajudar?
-Ui, você me assustou.
-Desculpe, mas você é Melissa? Procura algo especifico?
-Sim, como sabe meu nome?
-é que ouvi muito sobre você.
-Como?
-Antony. Antes de você chegar ele passava muito tempo aqui, com seu irmão e depois que Andy foi para a faculdade ele vinha sozinho fizemos amizade, mesmo contra as ordens de seu pai, ele falava muito de você de sua chegada.
-Porque, o Sr Walter não queria sua amizade?
-acho que Walter não me acha boa companhia para um caçador.
-Co.. como você? ... Sabe de nós?
-Me esqueci de que você é um caçador supremo só Antony sente o que eu sou.
-E o que você é?
Um arrepio se formou em minha espinha, mas lembrei-me de que foi Antony que me mandou aqui e como meu guardião  ele não me colocaria em risco, e a garota falava comigo como se fossemos velhas amigas, ela estava animada.
-Desculpe novamente, meu nome é Shiovam, eu sou uma Bruxa.
Shiovam estendeu sua mão para me cumprimentar.

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