05 novembro 2011

Sangue e Coração Cap 7 Inocência Perdida

7. Inocência Perdida


É incrível como tudo muda de um segundo para o outro, até aquela primavera eu era apenas uma jovem sonhadora e tola, sim eu era tola, era admirada por minha beleza, mais naquela primavera eu descobriria que o que eu considerava uma benção, se tornaria minha maldição, ou assim eu pensei durante muito tempo.

Quando consegui digerir tudo o que me acontecera, aprendi que poderia tirar proveito de todos os recursos que possuía para alcançar tudo que almejava conseguir, entendi com muito pesar que sonhos eram tão somente sonhos e onde me encontrava me foi tirado até o direito de sonhar.


Mais voltemos a meu relato.

Foi na primavera daquele fatídico ano que meu mundo desabou, ou o mundo que eu pensava ser meu, até então era o único mundo que conhecia.

O Sr Robert retornara de sua visita a seu filho em Londres, eu estava muito feliz em especial por saber que aquele era o último ano de faculdade de Alex, então naquele verão reencontraria o meu amor.

Em uma tarde depois que já tinha terminado minhas tarefas diárias como de costume, fui passear perto do lago atrás dos pomares, estava sentada em um tronco de árvore, distraída com o canto dos pássaros e as lembranças que aquele lugar me trazia, quando um homem se aproximou por trás de mim pressionando uma flanela úmida em meu nariz, subitamente tudo se apagou e não consegui saber quem me abordara daquela maneira, mas não demorou muito até que eu descobrisse.

Quando acordei me encontrava em um velho casebre desconhecido, com poucos móveis e uma lareira que jazia apagada.

Ainda estava meio tonta quando percebi que minhas mãos e pés se encontravam amarrados a uma cama.

Como deve imaginar me desesperei de imediato e comecei a gritar por socorro, porém duvidava que aquele casebre era localizado em meio a civilização, mais ainda assim não parei de gritar.

Foi então que percebi que a porta da cabana começara a abrir-se, de imediato reconheci aquele homem, era Robert Sumers.

- Graças aos céus alguém me ouviu, o Senhor pode me ajudar a sair daqui?-perguntei aliviada.

-Claro que a ajudarei. - ele respondeu.

Algo na voz dele não me agradou, mais estava tão aliviada que não me importei muito.

-Muito obrigada, pode soltar essas cordas, por favor?-perguntei sem entender porque ainda não estava me soltando.

-Ah criança! Mais porque eu faria isso?

-O que?-Perguntei atônita

-Tive muito trabalho para trazê-la aqui.

-Mais porque o senhor fez isso?-quando perguntei já estava a chorar.

-Por que? E você ainda pergunta? Pensei que fosse mais esperta, mais eu explico: Eu a trouxe aqui para que aprenda qual é o seu lugar no mundo.

-Não entendo Senhor, por que está fazendo isso comigo? O que fiz ao Senhor para me odiar tanto?

-Não te odeio. Como pode pensar isso? Ao contrário te admiro em demasia, me encanta sua capacidade de me enfeitiçar.

Aquele homem falava com tal escárnio em sua voz que só de me lembrar sinto-me nauseada.

-Nunca fiz tal coisa. – Respondi.

-Fez sim. Você faz todos os dias, Você precisa saber que está aqui como minha criada, que é o que você é, então está aqui para me servir, ou melhor dizendo, Eu é que me servirei de você.

-Não compreendo suas palavras. – Falei já soluçando de tanto que chorava.

-Você já irá me compreender.

Aquele homem se aproximou de mim acariciando meu rosto, “Não chore Criadinha.” Ele me dizia. “Não vai doer nada.”

Suas mãos desceram até meu vestido rasgando-o expondo minha roupa íntima, logo estava sem meu vestido, eu não fazia outra coisa senão chorar e implorar que ele parasse. Mas o que mais eu poderia fazer inutilizada como estava?

Eram súplicas inúteis, logo ele estava a desprender minha roupa intima e meus seios ficaram a mostra, a vergonha me invadia com mais intensidade e o medo que sentia era inexplicável.



Ele começou a sugar meus mamilos e a mordê-los enquanto suas mãos desciam até minhas pernas indo de encontro a ultima peça de roupa que cobria meu corpo e arrancando-a com violência.

Ao fazer isso ele parou. “Deixe-me admira-la.” Ele disse. “Realmente Linda!”

Então recomeçou de onde parara, suas mãos começaram a explorar a região entre minhas pernas, encontraram meu sexo, ele introduziu dois dedos dentro de mim com força e arrogância. Eu implorava para que parasse.

Minhas súplicas foram inúteis novamente.

Ele se despiu e colocou-se sobre meu corpo e penetrou com seu membro em meu sexo de uma só vez, senti uma dor aguda e gritei, mais a dor maior eu sentia em minha alma, ele continuava suas investidas cada vez mais fortes e mais fortes.

Eu sentia um nojo tão grande que não seria capaz de expressá-lo em palavras. Tentei desconectar minha mente para outro tempo, porque a realidade que estava vivendo era insuportável para mim.

Quando se sentiu satisfeito, vestiu-se e se retirou sem dizer uma só palavra, em seguida o capataz entrou me desamarrou e permitiu que me vestisse depois me entregou um envelope com um bilhete que dizia o seguinte:

“Criadinha

Fiz isso para que soubesse qual o seu lugar no mundo e para que pare de sonhar com o que nunca poderá ter.

Pegue este dinheiro e vá para bem longe daqui.

Robert Sumers”.



Dentro do envelope havia uma quantia considerável, o capataz me levara até o porto para ter certeza de que eu iria mesmo embora.

Eu estava desnorteada, tentava assimilar o que tinha me acontecido, queria acordar daquele pesadelo horrível, mas porque não conseguia acordar? Quando será que acabaria?

Infelizmente não era um pesadelo, era a mais pura e dolorosa realidade. Embarquei no primeiro navio, que zarparia em vinte minutos, não perguntei seu destino, só queria fugir daquele maldito lugar.

Antes de partir, pensei em minha mãe, como ela ficaria quando soubesse que eu não iria mais voltar? Eu não podia voltar, o capataz não permitiria, tinha ordens para voltar apenas quando eu já estivesse em alto mar. Eu não teria coragem de encarar minha mãe, eu fora desonrada, não era digna dela, seria melhor assim.

Um comentário:

  1. Minha nossa perder sua inocencia com um ser como este Sr Robert e aida por cima ser mandada em um navio sem rumo deixando a mãe sem ao menos se despedir co certeza deixarar marcas profundas.
    Cada vez + me surpreendendo com a estória parabéns

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