Sangue e Coração - Prólogo

Janeiro de 1860


Em Algum lugar do Atlântico

Prólogo

“Diego, Por favor, resista! Eu não poderei viver sem você”. Pensava Rafaela ao cuidar de seu marido moribundo, tentava não transparecer seu desespero, para não preocupar seu esposo naquele momento tão difícil, estavam a bordo de um navio seguindo para o que esperavam ser uma nova vida com menos sacrifício e realizações alcançáveis, mas descobriram cedo demais que não seria o sonho que imaginavam

-Rafaela, minha querida. – sussurrava Diego já sem forças.

-Não diga nada amor, você precisa descansar. – suplicava ela

-Sei que já não tenho muito tempo, mas preciso te dizer que sinto muito. – dizia ele entre lágrimas – Sinto ter trazido você para esta aventura infame.

-Nós viemos juntos e foi buscando o melhor pra todos que fizemos isso, não se culpe meu querido – Rafaela também chorava, e pensar que se descobrira grávida durante a viagem e planejava contar a Diego quando desembarcassem quem sabe agora vinha à menina que ele tanto desejava.

-Mas agora eu vou deixá-la sozinha meu amor, eu sinto tanto. – Rafaela aproximou-se de seus lábios e depositou um beijo com o mais terno sentimento, ela não poderia contar-lhe sobre sua gravidez, não agora, ele se sentiria ainda mais culpado e isso era a última coisa que ela causaria a seu marido neste momento. – Não se culpe Diego, e não se preocupe comigo tem de se cuidar agora para que possa melhorar, agora durma, por favor.

Rafaela tinha esperanças de salvar seu marido, mas também sabia que as condições em que se encontravam eram precárias e não tinha nem um tipo de medicamento que pudesse dispor para curá-lo, ela só podia confiar em Deus e torcer para que a viagem estivesse próxima do fim.

Quando embarcaram para a viagem de seus sonhos esperavam realmente realizá-los e em vez disso se viram diante de seus piores pesadelos, não demorou muito para que Diego partisse e em contra partida a viagem estava ainda muito longe de seu fim, os meses que se passaram só serviram pra Rafaela pensar no que deixara para trás e o que perdera na loucura de embarcar naquele maldito navio, mas ela não podia fraquejar, tinha em seu ventre um pedaço de seu amado Diego e viveria pra cuidar de seu bebê, nem que fosse a última coisa que fizesse.